Cada vez mais as capitais brasileiras têm investido em ciclovias e ciclofaixas. Segundo dados da
CTTU, o Recife conta com 191,5 km de rotas cicloviárias, sendo 47,2 km implantados entre
2021 e abril de 2024.
Nathalia Araújo, sócia do escritório de arquitetura Módulo Quatro Arq+Design, que fica na sala
807 do Empresarial Charles Darwin, se desloca para o trabalho diariamente com uma bicicleta
elétrica. Ela conta que levava de 10 a 15 minutos de carro até o trabalho. Quando começou a ir
de bicicleta, o trajeto passou a durar apenas quatro minutos, mesmo com alto fluxo de
veículos.
Além da agilidade, Nathalia destaca que, de bicicleta, ela ajuda a reduzir a poluição ambiental
e ainda consegue perceber a cidade de uma maneira mais real: “Instiga nosso olhar a enxergar
questões urbanísticas e sociais que, dentro do carro, não percebemos”.
Situação parecida com a de Priscilla Silva, que trabalha na torre Charles Darwin, na Agência
Um, localizada no 28º andar. A publicitária atravessa cinco quilômetros para sair da
Encruzilhada até a Ilha do Leite, com bicicleta elétrica. Ela chegou a gastar 50 minutos de
carro, e agora faz o trajeto em 20 com as “duas rodas”, saindo às 8h40 e chegando às 9h.
“De bike, reduz tempo, estresse e dinheiro. Gosto de observar a cidade, a vida acontecendo. É
um tempo também de refletir”, conta.
Mais respeito, por favor
Para as ciclistas, a maior dificuldade é a falta de educação e de respeito ao próximo em geral.
“Por diversas vezes tenho que desviar de carros e motos que invadem as ciclofaixas. Muitos
também não prestam atenção ao virarem em ruas com ciclofaixa e ao saírem de
estabelecimentos. Todas as vezes tenho esses mesmos problemas. Fora o assédio… escuto
muitas piadas”, relata Priscilla.
Para Nathalia, falta dar prioridade a pedestres e ciclistas. “Muitos desrespeitam as leis de
trânsito com a maior tranquilidade do mundo. Param em cima da faixa de pedestres, furam
sinal, ficam se espremendo para passar a todo custo a ponto de ocupar ciclovias/ciclofaixas e
até a calçada, e ainda acham ruim quando alguém reclama”, acrescentou.
“Se cada um trafegar no espaço que lhe é permitido por lei, respeitar o limite de velocidade,
dirigir com a atenção adequada, sem usar o celular, e fizer utilização dos itens obrigatórios de
segurança como capacete e cinto, além do bom senso, não haveria tantos acidentes e mortes”,
concluiu.
Sol e chuva
“Ainda não senti nenhum grande incômodo com o calor, pois vou entre 8h e 9h da manhã e
volto entre 18h e 19h. Agora é que estou começando a ter experiência utilizando o período de
chuva, mas por enquanto também tem sido tranquilo, porque a chuva dá alguns intervalos e,
no meu percurso, não costuma ter alagamentos. De qualquer forma, já estou considerando
comprar uma capinha de chuva e uma galocha para o período de chuvas mais intensas”.
Nathalia Araújo
BICICLETÁRIO
As torres do complexo contam com vagas para as bicicletas. No Thomas Edison e o Graham
Bell, por exemplo, dividem 22. Já no Albert Einstein, outras oito. O maior é do Charles Darwin,
com 62. Por fim, Isaac Newton e Alfred Nobel contam com 20.